De acordo com o Ministério da Saúde, há no Brasil em torno de 50 mil clínicas médicas, em sua maioria compostas por médicos que desejam ganhar experiência, obter reconhecimento em sua área de atuação e uma fonte de renda extra. Percebe-se, também no Brasil, que a concorrência já está fazendo parte do dia a dia do segmento de serviços de saúde de forma bastante acirrada, o que obriga a gestão das clínicas a ser cada vez mais profissional e investir em novidades para atrair e reter seus pacientes.
Este cenário aproxima definitivamente a disciplina de administração de empresas das clínicas, tornando necessária uma gestão profissional do empreendimento para que este torne-se rentável. Mas o que vemos na prática é um verdadeiro colapso na gestão das clínicas, representado por um gerenciamento deficitário de finanças, marketing, vendas e outras áreas de gestão. O que era para ser um empreendimento saudável financeiramente, acaba se tornando uma dor de cabeça para os médicos, pois muitas vezes são eles os gestores dos próprios empreendimentos, e a Medicina não oferece conhecimentos sobre administração ou empreendedorismo. E sabemos que as clínicas possuem um viés humano e social, mas em última análise são empresas que precisam dar lucro. Sem gestão, uma clínica pode facilmente se tornar um acúmulo de equívocos de administração e falir.
Benjamin Franklin já dizia em 1750 que tempo é dinheiro, e em plena era da transformação digital, a frase faz mais sentido do que nunca, afinal, o maior benefício que ela traz é exatamente a economia de tempo, representada, por exemplo, pelos nossos aplicativos do smartphone ou por um agendamento online de consulta no site da clínica. E quando tratamos de rentabilidade, perder tempo é perder dinheiro, e perder dinheiro é perder rentabilidade. Afinal, a maior parte das atividades administrativas de uma clínica, da marcação de uma consulta até a emissão de uma nota fiscal, consome tempo. E é fundamental que haja uma avaliação de como reduzir o tempo gasto nestas rotinas.
Por isso, listamos uma série de dicas que podem ajudar sua clínica a ser mais rentável:
- Padronização dos processos: rotinas mapeadas e padronizadas geram economia de tempo. Retirar o processo da cabeça das pessoas, documentá-los e padronizá-los é uma das abordagens mais modernas de gestão para melhorar a produtividade de um negócio;
- Gestão da agenda: representa um dos maiores riscos à rentabilidade. Um agendamento rápido de consultas, remarcações e cancelamentos torna a agenda muito mais otimizada, o que resulta em mais consultas por dia e menor taxa de não comparecimento. A utilização de SMS para confirmação de consultas é o meio mais efetivo para garantir a presença do paciente, utilize!
- Gestão dos dados: o grande volume de informações manipulados pela clínica, desde o cadastro, até o prontuário eletrônico, receituários, laudos, imagens de procedimentos, exames, entre outros, é um fator crítico de produtividade. Muito papel pode gerar desorganização, perdas e insegurança no acesso às informações. Comece a pensar em digitalizar a sua clínica!
- Gestão da jornada: perder a lealdade de um paciente é perder receita recorrente. Reflita e melhore a jornada do paciente com a sua clínica, do agendamento ao retorno. O retorno será garantido!
- Secretária bem treinada: é a primeira experiência física do paciente com a Clínica, e uma secretária bem treinada elevará a reputação da clínica. Tendo em vista que é muito comum um paciente indicar uma clínica para seu círculo de relacionamento, a satisfação do paciente neste caso, baseado no tratamento humanizado, é a certeza de mais pacientes e aumento de rentabilidade;
- Marketing médico: quanto maior a visibilidade da clínica, mais pacientes e maior rentabilidade. Leia o Manual de Publicidade Médica do CFM e consulte o que pode e o que não pode ser feito no Marketing Médico. Há muitas ações permitidas e é possível se valer de boas estratégias para alavancar o número de pacientes;
- Planejamento financeiro: é essencial manter estimativas de receitas e despesas para ajudar a gestão a mensurar os investimentos e os controles que devem ser feitos a curto, médio e longo prazo;
- Fluxo de caixa: com um correto controle de fluxo de caixa, o gestor da clínica conseguirá fazer um planejamento financeiro mais realista e ter projeções significativas, o que proporcionará investimentos e contenções conscientes, diminuindo consideravelmente os riscos de prejuízos inesperados.
- Separar as contas pessoais dos gestores da conta da clínica: só assim será possível saber se a clínica está se sustentando e sendo rentável. Representa um dos erros mais comuns de gestão das clínicas a não separação das contas pessoais dos gestores. Retirar da clínica mais recursos do que ela pode gerar em um determinado período é o começo para os problemas financeiros aparecerem.
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